quinta-feira, 16 de outubro de 2014

A Preparação

Disse-o naquela altura, que não estávamos pior do que no mesmo período na época passada. Sabíamos que uma grande vassoura ia arrumar a casa, mas t(r)emíamos obviamente por um arranque em falso que comprometesse tudo.  Sabíamos que os titulares ainda estavam para chegar. 
Será que não dava para ter planeado um pouco melhor e mais cedo?
Quanto às questões da integração de novos entre os do núcleo duro residente, pareceram-me muito pertinentes. Não sei se o resultado não foi o inverso do desejado, mas queremos acreditar que a crescimento individual possa vir a melhorar o coletivo no futuro.


R- Para quem estava de fora, a pré temporada pareceu atribulada. Esperava depois disso, começar tão bem a época?
JJ- É verdade que estamos melhor do que eu pensava, face aos jogadores que saíram. Não pela pré-época, porque nesse aspecto sabia bem o que havia para fazer e optei uma metodologia de treino diferente dos outros anos. Muitos dos jogadores que conheciam as nossas ideias não fizeram a pré-época e chamei vários da equipa B para avaliar todas as suas capacidades, bem como as dos futebolistas novos que tinham chegado ao clube. Sabia que em termos de resultados não ia ser positivo, mas aquilo que me interessava, que era obter um conhecimento mais rápido de todos, foi importante. Comecei a fazer a triagem a partir daí.

R- Os jovens da equipa B e os reforços jogaram mais do que seria de esperar, porque vários jogadores estavam no mundial do Brasil ou lesionados...
JJ- Sim, isso também obrigou a acelerar este processo. Podia dizer que tive essa facilidade. Apesar dos resultados, estava tranquilo. Quando sabes o que estás a fazer, estás sempre confiante. Volto a dizer que o futebol não é uma ciência exacta, mas é uma ciência para quem treina. A metodologia não é igual para todos os treinadores mas muita gente pensa que se para fazer uma grande época tem de se fazer uma grande pré-época. Mentira, isto tudo é errado. A pré-época só é importante para se começar bem a temporada. Mais nada.

R- Quais os jogadores da equipa B que na altura pretendia conhecer melhor?
JJ- Dawidowicz, João Teixeira, Cancelo, Bernardo, Victor Andrade, Lindelöf e Varela.

R- Colocá-los a jogar tanto, sem o apoio do "núcleo duro" da equipa que estava ausente, não podia prejudica-los, até em função dos resultados obtidos?
JJ- Não, acho que ate beneficiaram com isso. Quando se faz um torneio como fizemos em Londres (Emirates Cup), com Valência e Arsenal, meter os miúdos a competir com tanta intensidade, frente a jogadores com aquela qualidade, dá para perceber a que nível é que eles e os outros estão para as exigências desportivas do Benfica. Aí é que está o segredo. Isso deu-me logo para perceber. Alias, já sabia do nível deles, mas quis confirmar na prática.

R- Victor Andrade, um dos miúdos que referiu, foi cobiçado pelo Barcelona, veio para o Benfica e está na equipa B. Tem valor para fazer parte da equipa principal no futuro?
JJ- O Victor Andrade é um jovem brasileiro de 18 anos. Os portugueses com essa idade estão em formação, como ele, ainda num nível de aprendizagem que encerra muitas dificuldades. O Victor experimenta os mesmo problemas de um jovem português quando sai dos juniores. Mas se os de cá têm essas dificuldades, ele ainda tem mais, porque os treinadores portugueses são melhores que os brasileiros a trabalhar em termos tácticos. Tem que se lhe dar tempo. A formação de um jovem demora o seu tempo. Normalmente demora 3 a 4 anos, mas há excepções. Foi o que aconteceu com o André Gomes. Demorou dois/três anos a atingir o patamar de exigência que o Benfica teve na última época.

R- A integração do André Gomes foi sempre gradual e feita na presença do "núcleo duro". Jogadores como César ou Benito forma obrigados a grande desgaste na pré porque não havia outros. Não terão saído prejudicados desse processo?
JJ- Eles não foram prejudicados. A equipa é que podia ter ficado, porque não tivemos na pré-época segundas soluções para dar descanso a alguns desses jogadores que competiram dois em dois dias. Mas para mim, em termos de ganhar um conhecimento mais rápido sobre os jogadores que queria para formar o plantel, foi melhor.
in FF

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