segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Banho de humildade com toque de qualidade!

Dia de festa da Taça na Beira coincidir com fim de semana na terrinha dos avós…hum…pura coincidência, claro.

Por entre passeios, comes e bebes, mimos da avó…a ansiedade pela hora do jogo disparou ao ver a convocatória que o JJ fez… Já o disse várias vezes e mantenho a minha opinião de que não se integram jogadores assim à bruta, não é tirando 10 e metendo 10 que nunca jogaram juntos e muitos nem 1 minuto de competição tinham nas pernas que se consegue um bom equilíbrio. E frente a uma equipa que bem apoiada pelos conterrâneos tinha tudo a ganhar e nada a perder, não gostei nada de ver uma certa sobranceria e ares de facilitismo que em nada beneficiam o espetáculo e dignificam os espetadores e equipa contrária.


Sim, sem dúvida alguma que todos os convocados tinham mais do que a obrigação, em condições normais, de vencer a partida. Mas achar que daí a estar “no papo” era a bitola, faltava mais de meia parte de jogo…e arriscando prolongamento que tinha sido doloroso com tanta gente sem força para estar em pé.

O ambiente estava fantástico, mas longe de ter visto um forte apoio das curvas encarnadas, algo que já no Estoril senti…que se passa rapazes? Este ano ainda não atingimos aquele nível que fora de portas costumamos dar.

Temperatura ideal. Sem chuva, sem frio, sem vento. Acessos fáceis ao estádio.
E à chegada ver algo pouco comum…assistir a um festejo enorme de Benfiquistas…ao golo dos lagartos contra o clube da fruta… E eu que nem fazia ideia de que estavam a jogar…quero lá saber, interessa-me é ganhar.

O estádio não era mauzinho de todo e na verdade até fazia inveja a muitos que jogam na primeira Liga nacional! Mas muito mais não se podia pedir tento em conta que metade da malta estava a ser enfiada em bancadas amovíveis, estilo circense, em que os espaços entre filas eram minúsculos, mas principalmente os corredores de acesso (entrada e saída) eram inexistentes. Teria de ser criado um corredor à frente da primeira fila de cadeiras para permitir a circulação e obviamente que não podia haver apenas uma porta para aquela bancada toda! Tem de haver de ambos os lados, caso contrário a confusão que se viu era mais do que previsível e felizmente não houve grandes emergências (fora uns primeiros socorros requeridos por ignorantes petardos lançados para zona bastante populada, com famílias inteiras depois a querer sair daquela zona).
Fora isso, achei ridículo, mas nem o facto de ter sido preciso circundar por completo o estádio todo para quem tinha de entrar no Topo Sul me incomodou (fazendo praticamente 360º até ao ponto inicial), pois fomos calmamente a caminhar e a conversar até à bancada e no final até deu para descomprimir.


O jogo começou com o penalty mas rápido que me lembro de ver assinalado a nosso favor logo no primeiro minuto de jogo, após o Ola John arrancar em velocidade e ser agarrado na área. Jonas bateu bastante mal o castigo…mas o que interessa é que o keeper atirou-se para o lado e a bola foi parar lá dentro! GOLO!

E logo de seguida há novamente lance na área do Covilhã…com a equipa encarnada a reclamar grande penalidade, mas isso já seria um abuso. Abuso, foi o que o Traquina fez do Benito…uma, duas, três, quatro…tantas vezes que fomos perdendo a conta…envergonhou o lateral esquerdo, dando mostras que o Silvio quando estiver recuperado, facilmente será titular tendo em conta os problemas defensivos que ali temos com estas opções. O empate chegou…e ainda antes do intervalo, num livre em que o Guedes foi pouco inteligente e fez falta desnecessária, o César e o Cris estão a fazer marcação atrás do adversário, dando-lhe todo o espaço para cabecear para nos fazer abanar. Abana, mas não cai? Ou vamos ter de assistir a um verdadeiro tomba-gigantes ao vivo nesta eliminatória?

Quando é dada oportunidade aos menos utilizados, espera-se toda a motivação do mundo para quererem agarrar o seu espaço, algo que contrasta com a falta de ritmo de jogo e entrosamento com os colegas de equipa. Daí se espera que a qualidade que obrigatoriamente têm de ter caso contrário não estavam no Clube, seja o suficiente para sair por cima e não permitam que o adversário tenha mais felicidade do que aquela que só por cima já têm de estar a jogar contra o Maior de Portugal.

Infelicidade teve o holandês que numa bola perdida pela linha de fundo e que ele tentou ir buscar…acaba por se lesionar… Puxa, que azar… Houve quem gritasse na bancada que Ola John nem para apanha-bolas serve… Recupera rápido, rapaz, que estavas em crescendo de forma (até na seleção se viu isso) e eras o único extremo de recurso que tínhamos.
Sim, que tínhamos, pois Sulejmani ainda está fora das contas, e o Bebé (sim, voltei a chamar-lhe de Bebé após este jogo)…minha nossa… Mas agora surgiu…Gonçalo Guedes, que poderá aproveitar não ter concorrência pelo lugar para ter uma ascensão mais rápida do que alguém podia imaginar (ultrapassando até o Hélder Costa, que era quem se assumia na linha de sucessão para dar o salto da B para os A).


Até ao apito do descanso, tivemos 3 ou 4 boas oportunidades, mas parecia que ninguém lhe apetecia esticar o pé para não rasgar algum músculo, e a bola passou a pingar em frente da baliza por algumas vezes em que era só empurrar e ninguém lá estava para marcar.

O apoio dos locais à sua equipa era muito positivo e até mesmo os Benfiquistas da terra aplaudiam a equipa da casa. Mas já chega de festa, ok?... Espero que esta noite não seja a dos zbórdings…já se divertiram, agora é tempo de dar a volta ao marcador e assim até fica toda a gente contente.
Será que a equipa ia reagir? Chegava para dar conta do recado?

Depois de uma ensaboadela que de certeza levaram ao intervalo (num estádio mais pequeno como este ouve-se muito bem os gritos do JJ), o banho de humildade que parecia ter ficado por tomar, foi resolvido com uma valente dose de qualidade reunida no verdadeiro reforço desta época.

O boi do apito já tinha perdoado uma expulsão (até o treinador da casa tratou logo de substituir o jogador para evitar nova falta) e pegava por onde podia…apitava em tudo o que era sopro ou espirro (e o rapazito à minha frente que dizia que queria ir ver o espetáculo da Violeta meteu-se a espirrar quando eu disse isto) que passava perto dos jogadores às riscas e que os atirava ao chão, beneficiando de mais uns livres para o choveirinho, levando bastante jogo para o nosso meio campo.

Tardou em começarmos a carregar a sério.
A velocidade do Bebé era completamente inconsequente, pois parecia um touro nas festas da Moita a correr desenfreadamente sem saber bem para onde e a acabar sempre a marrar nas tábuas. Domínios de bola parecia que tinha tijolos no peito e nos pés, passes/cruzamentos ou remates era sempre estilo matraquilhos contra os adversários ou para as nuvens… Ai que desespero, mas até já o vimos fazer parecer que era um jogador de futebol com outras camisolas e agora só dá nisto??

O Pizzi não atacava a bola e não cumpria com missões defensivas e excedia-se com toques de vedeta quando ainda não atingiu esse crédito. É bom jogador, tem tudo para ser útil, mas precisa trabalhar muito mais para chegar ao nível desejado e ser mais constante.

Derley continuava no seu estilo batalhador e a segurar bem a bola, mas com um nível de concretização abaixo do que precisamos dum goleador. Na melhor oportunidade que teve nos pés acabou por não conseguir desfeitear o guarda-redes da casa.


Mas as movimentações de Jonas que mesmo sem grandes correrias conseguia aparecer em várias zonas do terreno, acabaram por deixar a marca na partida.

Cristante tinha o papel fundamental. E felizmente que com o avançar do tempo começou a ganhar mais confiança, a perder menos bolas, a ocupar mais terreno e a iniciar ele próprio jogadas de ataque, ora a abrir nas alas, ora metendo no Pizzi ou mesmo em bolas longas para os avançados.
Numa delas, a bola foi teleguiada para o Jonas, que parece que fez “pause” enquanto a bola via no ar, mediu onde ela ia cair, olhou para a baliza a escolher por onde a meter, e quando ela lá pingou, de primeira fez o golo, num gesto técnico perfeito! GOLOOO!!!!!

As bancadas pressentiram que a equipa ia acordar e começaram a fazer a onda, quase se esquecendo que estava longe de estar ganho um jogo contra equipa de escalão inferior.
Mas o Jonas voltou a fazer patifarias, e numa grande arrancada do Guedes, o miúdo flete para o meio, deixa para o Pizzi que isola o Jonas na área….GOLOOOOOOOOO!!!!!!!! GOOOOOLOOOOOOOOOOOOOOOO!!!!!!!!

Ainda faltavam 20 minutos, e inexplicavelmente, em vez de segurarmos a bola, encostámo-nos lá atrás, perdemos a bola várias vezes, e oferecemos cantos e livres sucessivos…
Não consigo compreender como não houve uma única vez que lançassem a bola em profundidade para a velocidade do Nélson Oliveira (rendeu Derley)! Não consigo perceber como raio é que ninguém teve inteligência para aproveitar a entrada do avançado que com uma bola metida na frente papava facilmente a defesa contrária com os espaços que iam aparecendo. Então não foi para isso que ele entrou?!!?


Jonas estava nas lonas, naturalmente. Pizzi arrastava-se. Bebé era um a menos e se lhe pusessem a mão na boca, rebentava, e com isso sofria lá atrás o Benito. Era à distrital, balão para a frente.

Já nos descontos, após o teatro da substituição final, foi pena o Guedes não ter conseguido meter a bola no fundo das redes.

Bebé foi o único que foi à bancada entregar a camisola…provavelmente porque a jogar assim pensou que não iria precisar de a voltar a vestir?... Esperemos que não demore muito a merecer ser chamado de Tiago.

Tudo está bem, quando acaba bem! Fica a vitória na terra da Lena! Assim podemos vir cá mais vezes! :)

Meia dúzia de castanhas quentes e boas, foi o combustível necessário para regressar a casa! Para quando é o sorteio? Queremos mais, apesar do meu cardiologista e da senhora que estava à minha frente me ter recomendado deixar-me destas andanças pois claramente não vou viver muitos mais anos a sofrer assim! :)

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