sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Ai então é por isto??!!

Quem conhece os adeptos e sócios do Vitória sabe duas coisas: que só têm um clube - não dividem a paixão com Benfica, Sporting ou FC Porto - e que dos chamados grandes é o Benfica de quem gostam menos. 

Tentar perceber a razão desta alergia ao Benfica não é tarefa fácil. Mas para Fernando Tomé - glória vitoriana que também jogou no Sporting -, a origem deste fenómeno pode bem estar no dia 30 de setembro de 1967. 

«O Vitória foi jogar à Luz e levou mesmo muita gente de Setúbal para nos apoiar. Ao intervalo estávamos a ganhar 1-0, mas na segunda parte, com uma arbitragem desastrada de Pinto Ferreira, do Porto, o Benfica deu a volta e ganhou 2-1. Os adeptos ficaram tão revoltados, mas tão revoltados, que acredito ter nascido nesse dia uma certa aversão ao Benfica, que foi passando para as gerações seguintes, mesmo que muita gente não perceba porquê», conta Tomé. 

Nesse jogo, o segundo golo encarnado foi marcado por um ex-menino bonito dos sadinos, Jaime Graça. Isso faz-se? 
Quem lá esteve nunca mais esquece a expulsão de Carriço: «O árbitro marcou livre indireto dentro da nossa área e o Coluna e o Eusébio pareciam que estavam a brincar, já que fingiam que iam colocar a bola em jogo e nada. A nossa barreira mexia-se e o árbitro mandou repetir o lance umas cinco ou seis vezes. O Carriço passou-se e pontapeou a bola. Foi expulso», conta Tomé, hoje com vontade de rir, mas na altura partilhando a «revolta dos adeptos». 

O facto do Benfica ter ido pescar ao Sado grandes jogadores no passado também pode ter dado um contributo para este sentimento. 

Fernando Tomé disputou inúmeros clássicos com o Benfica. Curiosamente, apenas por uma vez conseguiu marcar aos encarnados, a 24 de abril de 1966. Um jogo de má memória, já que a equipa perdeu (2-3) na Luz e Tomé teve de abandonar o jogo mais cedo, por lesão na cartilagem que o afastou dos relvados por um mês. 

O último duelo com o Benfica da sua carreira aconteceu a 14 de maio de 1978. Um jogo que os encarnados venceram no Bonfim, por 1-0, mas que ficou na memória de muitos pela expulsão do guarda-redes encarnado, o mítico Bento. 
«O árbitro considerou que o Bento puxou os cabelos ao Vítor Madeira. O Bento clamava inocência, dizia que apenas tinha feito uma festa no cabelo...», conta, rindo, Fernando Tomé.

in ABOLA

Preparemo-nos então para ser novamente...odiados! :)

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