sábado, 1 de fevereiro de 2014

Rodrigo e André Gomes - Bom ou mau negócio?



Obviamente que a noticia do dia é a venda dos direitos económicos do André Gomes e do Rodrigo a um fundo de investimento:

«A Sport Lisboa e Benfica – Futebol, SAD, em cumprimento do disposto no artigo 248º do Código dos Valores Mobiliários, informa que chegou a acordo com a sociedade Meriton Capital Limited para a alienação de 100% dos direitos económicos dos atletas Rodrigo Moreno Machado e André Filipe Tavares Gomes, pelos montantes de € 30.000.000 (trinta milhões de euros) e € 15.000.000 (quinze milhões de euros), respetivamente.
Mais se informa que no acordo referente ao atleta Rodrigo Moreno Machado estão previstos valores adicionais num montante global de € 10.000.000 (dez milhões de euros) dependentes da performance desportiva do atleta e que a Sport Lisboa e Benfica – Futebol, SAD terá ainda direito a receber 25% do valor da mais-valia obtida numa futura transferência do atleta André Filipe Tavares Gomes.»

Continuo com grandes dúvidas se este é um bom ou mau negócio. Obviamente que 45 milhões de euros (que poderão ser 55) nesta altura não são de desperdiçar, mas este tipo de negócio obscuro é sempre de desconfiar...
Li uma opinião muito interessante e da qual partilho grande parte das ideias. Deixo-vos aqui para reflectir sobre este negócio....


"Há benfiquistas a deitar foguetes antes da festa em relação ao anúncio da venda de cem por cento dos direitos económicos de André Gomes e Rodrigo. Desde logo há aqui um sinal que muitos não querem ver, talvez porque, durante anos, pregaram o milagres económico do Benfica e agora perante as evidências não lhes interessará reconhecer o contrário. O Benfica estava desesperado para vender, muito mais desesperado do que os clubes para comprar. Esse desespero levou o presidente do Benfica a aceitar envolver o Benfica num esquema que é exactamente o oposto do que ele sempre prometeu que não faria como presidente do clube. O negócio é nebuloso, desde logo porque não sabemos se é igual ao do Roberto, ou seja, nenhum benfiquista pode garantir, neste momento, que o dinheiro não é, de novo, virtual. De resto, o Fundo pertence a um investidor milionário de Singapura que, desde que apareceu a interessar-se pelo futebol, já prometeu que compraria tudo e todos e ainda não comprou nada. Portanto, os antecedentes não são auspiciosos. Mas, como os benfiquistas gostam de anúncios de milhões, esta notícia tem tudo para ser festejada no Marquês. Mesmo que um dia, mais tarde, possa vir a ser lamentada. Este negócio ocorre na semana em que o jornal inglês Guardian revela alguns dos pormenores mais relevantes da ligação que existe entre Jorge Mendes, estes fundos e alguns clubes, nomeadamente o Chelsea. É tudo menos futebol. É negócio. E negócio que as autoridades fiscais e do futebol internacional não gostam. E prometem investigar. É nisto que o Benfica se está a meter? Não foi disto que o presidente do Benfica sempre garantiu que não envolveria o clube? Por agora, os benfiquistas não querem saber disto para nada, mas há-de chegar uma altura em que serão obrigados a interessar-se. Não por uma questão de interesse, mas de sobrevivência. Do clube. Quanto a mim, está registado o que penso deste negócio e da forma como feito. A partir daqui, silêncio absoluto. No futuro, veremos de que lado está a razão. PS: Pelo menos este negócio tem uma coisa boa. O Rodrigo, a partir de agora, será titular indiscutível do Benfica. Mais do que nunca tem de ser valorizado. Não há almoços grátis. E até André Gomes terá a sua oportunidade. No caso do médio o mais perverso disto tudo é que se for lançado agora na equipa inicial, vai poder demonstrar o verdadeiro craque que há dentro dele e alguém há-de lucrar imenso com isso. Mas não o Benfica, claro. Deve ser a isto que chamam aposta na formação."
José Marinho

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