terça-feira, 6 de janeiro de 2015

De chorar a rir!!!

Declarações de Pirlo sobre o seu colega Gattuso:
"Ele (Gattuso), não é exactamente um homem letrado ou um orador distinto. Sempre que abria a boca, o balneário parecia o Carnaval do Rio de Janeiro. Os outros começavam logo a rir-se à gargalhada, a fazer sons de trompetes e a dançar conga.
Sempre a mesma reacção. Raramente o deixávamos acabar, quando ele começava a falar. Por isso, ele tinha o apelido de Rino de Janeiro...
Eu às vezes chamo-o de "terrone" (um termo perjorativo para alguém oriundo do Sul de Itália), e sempre que o faço, ele bate-me (risos)...
Depois de ter apanhado muita porrada, um dia decidi vingar-me. Peguei no telemóvel dele e enviei algumas mensagens ao Ariedo Braida (director-geral do AC Milan), numa altura em que estávamos os dois para renovar contrato.
Fiz a negociação do contrato dele, numa única mensagem: Caro Alfredo, se me deres aquilo que eu pretendo, tu podes estar com a minha irmã...
O Rino descobriu e deu-me uma tareia, antes de telefonar e dizer ao Braida: É apenas uma das piadas estúpidas do Pirlo!
Sempre o interroguei, se a resposta do Braida depois dele explicar-lhe o sucedido tinha sido: que pena...
Antes dos jogos da selecção italiana, o Daniele De Rossi escondia-se debaixo da cama dele e ficava à sua espera.
Uma vez, ele chegou passado meia hora, escovou os dentes, meteu os seus pijamas de leopardo, meteu-se na cama e começou a ver imagens num livro.
Quando ele já estava quase a dormir, o Daniele saiu debaixo da cama e agarrou-lhe pelas partes íntimas, enquanto eu saí do roupeiro com um ar do pior amante do mundo e fazendo barulhos horríveis!
Apesar de ter estado à beira de um ataque cardíaco, o Rino até reagiu bem. Primeiro, deu uma tareia no Daniele e depois fez o mesmo comigo. Só para provar que ele era um homem justo...
Noutra ocasião, demos-lhe um banho com um extintor!
Jogámos fora com a República da Irlanda e asseguramos a qualificação para o Mundial de 2010 e quatro dias depois, tínhamos um jogo em Parma contra o Chipre.
Era o último jogo da fase de qualificação e tinha-se tornado quase num amigável. Um jogo sem grande significado e foi assim que o tratámos.
O Lippi deu-nos uma noite de folga e quase todos foram jantar fora. O Gattuso não quis ir connosco e ficou no hotel onde estava a equipa.
Quando voltámos, estávamos um pouco bêbados, para ser totalmente honesto, estávamos muito embriagados e acabamos a falar no lounge do hotel. Não estávamos cansados e queríamos fazer algo para passar o tempo. E toda a gente teve a mesma ideia, vamos todos tirar o Gattuso do sério!
Ele já estava dormindo com o seu chapéu pequenino na cabeça e quando estávamos subindo para o quarto, o De Rossi viu um extintor para apagar incêndios e disse-me com um ar amalucado: eu vou apagar o Gattuso...
Batemos na porta e o Rino apareceu cheio de sono, esfregando os olhos enquanto avançava e o Daniele começou a usar o extintor e molhou-o todo até à última gota...Depois fugiu e escondeu-se no seu quarto.
Ele deixou-me à mercê daquele monstro em boxers, totalmente molhado e com gotas a pingar do corpo dele...(risos).
Foi acordando e recuperando os seus sentidos e tentei escapar, mas quando o fulano que está atrás das tuas costas é o Gattuso, e ele quer apanhar-te para te magoar, podes correr tudo o que quiseres, que ele vai-te apanhar sempre!
Naquela ocasião, ele deu-me uma boa dose de bofetadas...
Poucos sabem, mas o Gattuso é supersticioso a um nível doentio. Durante o Mundial de 2006, e porque as coisas estavam a correr bem, ele usou o mesmo fato de treino durante mais de um mês! Mais de um mês com o mesmo fato de treino...
Estavam a fazer uns dias bastante quentes na Alemanha, quase sempre próximos dos 40 graus e ele parecia um daqueles tipos que fazem mergulho no mar profundo.
Pela altura dos quartos-de-final, ele começou a cheirar mal. Aquilo nem se resolvia com um extintor, tinha de ser usado algo industrial e próprio para lavagem ou limpeza a seco... E precisávamos de uma boa dose (risos).
Como somos bons amigos, o Rino sempre foi o meu alvo favorito.
Durante as refeições em Milanello, ele tentou matar-me várias vezes com um garfo!
Enquanto comíamos, inventávamos de tudo para o atormentar e colocá-lo no ponto de ebulição. Quando ele falava e enganava-se nos tempos e modos verbais (que são quase todas as vezes), nós atacávamos logo.
E depois quando ele dizia de forma correcta, nós dizíamos que ele ainda estava a expressar-se mal, só para o picar ainda mais. Eu, Ambrosini, Nesta, Inzaghi, Abbiati, Oddo, éramos os piores.
Tu conseguias ver as veias dele a ficarem salientes e ele a ficar vermelho de raiva. O Rino não consegue controlar ou esconder isso...
Conseguíamos ver a explosão a chegar e por isso afastávamos todas as facas da zona, mas ele agarrava num garfo e tentava espetar-nos! Comparados com ele, nós somos moles como atuns, daqueles que consegues cortar facilmente.
Chegou a acontecer, que alguns de nós tivemos de falhar jogos, por ataques de fúria do Rino, mesmo que a explicação oficial do clube fosse: fadiga muscular.
Se ele está chateado, o melhor que podes fazer é sair da vista dele e esperar que se acalme, mas mesmo quando está furioso, consegue ser um gajo porreiro e uma boa pessoa.
Entre outras coisas, eu já vi o Rino comer caracóis vivos só para ganhar uma aposta!
Gosto mesmo muito dele. Ele não existe...O Rino pertence a um filme.".
inCabelo Aimar

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