quarta-feira, 17 de agosto de 2016

A difícil gestão do final de carreira

A notícia do momento é a possibilidade do capitão Luisão, a cumprir a 14ª época no Glorioso sair para o Wolverhampton, da 2ª divisão inglesa, ou para outro clube como "defende" o jornal ABola. Aos 35 anos, o central brasileiro tem em mãos a difícil decisão de acabar ou não a carreira no seu clube. Fala-se num ordenado a rondar os dois milhões de euros livres de impostos, mais do que ganha no Benfica, e num contrato de 2 anos mais um de opção.

As opiniões dividem-se com uns a dizer que deveria ficar, mesmo que não seja titular, pois a sua importância no balneário é inegável, outros defendem que "já não é jogador para o Benfica" e que deve seguir o seu caminho.

Eu já disse muitas vezes que que gostaria de ver mais respeito no futebol. Tanto do lado dos jogadores, que muitas vezes não querem respeitar contratos assinados porque passaram a ser titulares ou a marcar mais golos que o habitual, no fundo porque estão a fazer o seu trabalho e para o qual são pagos. Começam a querer ser transferidos ou a renegociar contratos, muitas vezes muito recentes.

Por outro lado não gosto de ver, mesmo no Benfica, os jogadores a serem tratados como mercadoria. A serem contratados e não terem sequer direito a demonstrarem o seu valor na pré-época, ou serem emprestados época atrás de época.

Se calhar sou um romântico e gostaria que o futebol não se tornasse numa máquina de fazer dinheiro, que pelos vistos se está a tornar. Quero acreditar que o Benfica não está a empurrar o Luisão para esta decisão, mas sim a dar-lhe a oportunidade de jogar mais 2 ou 3 anos. 


Muitos outros jogadores tiveram que decidir como acabar a sua carreira. Só para relembrar alguns: 

Nuno Gomes - depois de 12 anos no Benfica, passando na Fiorentina 2 anos pelo meio, jogou um ano no Braga, e acabou no Blackburn Rovers aos 37 anos, antes de regressar para a estrutura benfiquista.

Rui Costa - jogou 3 anos no benfica, esteve doze anos fora do país (Fiorentina  e AC Milan) e fez tudo para regressar ao seu no Benfica, onde jogou dois anos, até aos 36 anos. Acabou em grande o Maestro.

Aimar - 5 anos gloriosos no Benfica, depois de 8 anos em Espanha (Valência e Zaragoza), com passagem fugaz pela Malásia, acabou no seu clube de coração, o River Plate, em 2015, com 36 anos.

Simão Sabrosa - "Acabou" no Espanhol em 2014, ficou um ano sem clube e acabou mesmo no NorthEast United (Indía) em 2016, aos 37 anos.

Eusébio - 15 épocas no Benfica (436 jogos e 467 golos) ganhando tudo o que havia para ganhar e no final de carreira jogou ainda em 7 clubes em 4 épocas, Boston Minutemen (USA), Monterrey (México), Toronto Blizzard (Canadá), Beira-Mar, Las Vegas Quicksilvers (USA), U. Tomar e New Jersey Americans (USA), num total de 93 jogos e 34 golos.

1 comentário:

  1. acho que o luisão deveria apenas e só terminar o contrato se depois o jogador ainda quiser continuar a jogar ai procuraria outro clube.
    não ganhamos nada financeiramente em ele sair agora e perdemos desportivamente e acho que sendo o clube e os valores que se fala nem o jogador fica a ganhar.
    parece mais uma situação de não o quererem a titular, e bem porque existe melhor, mas não terem a coragem de o deixarem de fora.

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