quinta-feira, 12 de junho de 2014

Aprovado sem confusão desta vez

Esta quarta-feira, dia 11 de Junho de 2014, fica marcada pela realização da Assembleia Geral Ordinária do Sport Lisboa e Benfica, que teve como palco o Pavilhão n.º 2 do Complexo Desportivo do Clube.

Para análise e votação estava o ponto 1, que consistia na deliberação acerca do Orçamento - de exploração e de investimentos - e o plano de actividades para o exercício 2014/2015.

O Orçamento foi aprovado por maioria absoluta, com 5.555 votos a favor, 559 contra e 397 abstenções.

No ponto 2 da Assembleia Geral, os Sócios deliberaram sobre o Protocolo existente, desde 8/11/1995, com a Câmara Municipal de Lisboa, relativo ao designado terreno da “Pera“.
Aqui, 5.722 associados votaram favoravelmente e 582 votaram contra, sendo a proposta para reversão do terreno à edilidade aprovada com 92% dos votos.

Desta vez não houve alarido, confusão, e motivos de comunicação social poder esfregar as mãos... Os títulos assim o permitem estes tempos de bonança. (o que não significa naturalmente que tudo esteja bem e não haja onde seja preciso mudar ou melhorar e é nesse sentido que deixo o seguinte discurso que foi ontem lido na Assembleia)

«Caros Presidente da Direcção, Vice-Presidentes, Presidente da Mesa da Assembleia-Geral, demais ilustres consócios do Sport Lisboa e Benfica, Boa Noite.
Como Presidente da Associação de Adeptos Benfiquistas, quero primeiramente felicitar toda a Direcção do Clube, funcionários e atletas pela excelente época desportiva que agora finda. Não só no futebol - onde três títulos nacionais e uma final europeia provam a forma competente como se trabalhou e dignificou o nome do clube - mas também pelos vários sucessos nas Modalidades, exceptuando uma ou outra que, estamos certos, melhorarão já no próximo ano competitivo. Além disso, a aposta na Benfica TV revelou ser - tal como muitos benfiquistas pediam e sempre acreditaram - um sucesso que pode e deve ter continuidade, sabendo-se que há sempre alguns aspectos a melhorar. Um projecto que foi bem desenhado e que deve continuar a honrar o Benfica, o Benfiquismo e os Benfiquistas.
Focando-nos no Orçamento 2014/15 verificamos que existe uma ligeira melhoria da exploração face ao orçamentado na época anterior. Porém, dado que o clima económico foi muito negativo e que assistimos a uma correcção dos pressupostos para o próximo exercício, podemos inferir que terá existido um excesso de optimismo na elaboração do Orçamento anterior.
Mais importante que a discussão da precisão dos pressupostos, é que verificamos que não será possível inverter significativamente a situação muito negativa dos capitais próprios. É certo que a mesma é por demais afectada pela constituição das provisões que tem origem na consolidação dos resultados pelo método da equivalência patrimonial das empresas participadas pelo Sport Lisboa e Benfica. Porém, e apesar da transferência de 75% das receitas das quotas para o clube, não será com orçamentos de exploração ligeiramente positivos que se inverterá a situação actual.
A solução da AABE passa, pois, por uma estratégia distinta. Quando a SAD aliena o passe de um jogador, tem de pagar os direitos de formação aos clubes que formaram esse jogador, excepto se o mesmo for formado no Sport Lisboa e Benfica. Assim sendo e visto que o Sport Lisboa e Benfica suporta os custos do futebol juvenil, deverá a Benfica SAD pagar ao Sport Lisboa e Benfica os 5% ou a percentagem correspondente conforme o número de anos que o jogador esteve no Seixal.
Olhando os números, temos:
Capitais próprios a 30/06/2013 - 106M€
Descontando-se o efeito das provisões - 52M€
Para inverter a situação, excluindo as provisões que dependem da melhoria dos resultados da SAD, são necessárias receitas adicionais que não passam pela exploração corrente, pelo que o ressarcimento do clube pela formação via os 5% do passe dos jogadores formados no Benfica é, quanto a nós, a melhor solução.
Por outro lado, não se compreende a quebra nas receitas de patrocínios. Com mais escalões e modalidades, com mais títulos ganhos, não se justifica uma quebra de quase 15% nos patrocínios. Apelamos a um esclarecimento sobre esta matéria.
Ainda nas possíveis estratégias de exploração e internacionalização da Marca Benfica, e passando as mesmas pela aproximação aos países onde estão implantadas comunidades portuguesas, por que motivo se esqueceram do Reino Unido, país que recebeu nos últimos anos quase 250.000 portugueses? Não deveríamos estar atentos às tendências da emigração portuguesa? E Cabo Verde? Não tem uma dimensão de mercado relevante, como Angola ou Moçambique, mas será que não se justifica uma parceria para distribuição?
O negócio do Bingo parece estar a morrer. É certo que passou por uma reestruturação de custos, mas acima de tudo faz sentido considerar-se se continua a ter lógica a manutenção do negócio. É para manter enquanto continuar a dar lucro? Espera-se que a recuperação económica permita uma recuperação das receitas? Que estratégia para o Bingo?
Se há impacto nas contas do clube pelos resultados das empresas nas quais o Benfica é accionista, por que motivo não estão indicados/orçamentados/discriminados, os resultados dessas dessas empresas para 2014/15? E será que nas contas de 2013/14 já aparecerão discriminados ou continua tudo a aparecer no bolo MEP?
É certo que foi lançado o programa «sócios 0 euros», mas é preciso questionar: e os preços das quotas para os actuais sócios, não baixam (tal como tinha sido prometido em 2012 e ainda não se verificou)? Se não há possibilidade de baixar, pelo menos propomos que se suspenda o pagamento do 13.º mês. Tão importante como angariar novos associados é saber preservar os actuais e dedicar-lhes o respeito e dedicação que todos merecem.
Uma última palavra para a ausência de informação sobre a Fundação Benfica. Estranhamos que não haja qualquer nota sobre a actividade da Fundação neste documento, esperando um esclarecimento sobre o assunto.
Despeço-me, aproveitando para desejar que a época 2014/2015 possa continuar a ser de grande sucesso desportivo, elevando o futebol do clube a pressupostos de competência, solidariedade, dedicação, humildade, empenho, honestidade, comunhão e espírito de vitória - princípios basilares e fundamentais do Sport Lisboa e Benfica que nunca devem ser esquecidos.
A AABE estará sempre apta a participar na construção de um Benfica cada vez mais glorioso. Um abraço benfiquista a todos os consócios. VIVÓ BENFICA!»

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