Dia de festa
da Taça na Beira coincidir com fim de semana na terrinha dos avós…hum…pura
coincidência, claro.
Por entre
passeios, comes e bebes, mimos da avó…a ansiedade pela hora do jogo disparou ao
ver a convocatória que o JJ fez… Já o disse várias vezes e mantenho a minha
opinião de que não se integram jogadores assim à bruta, não é tirando 10 e
metendo 10 que nunca jogaram juntos e muitos nem 1 minuto de competição tinham
nas pernas que se consegue um bom equilíbrio. E frente a uma equipa que bem
apoiada pelos conterrâneos tinha tudo a ganhar e nada a perder, não gostei nada
de ver uma certa sobranceria e ares de facilitismo que em nada beneficiam o
espetáculo e dignificam os espetadores e equipa contrária.
Sim, sem
dúvida alguma que todos os convocados tinham mais do que a obrigação, em
condições normais, de vencer a partida. Mas achar que daí a estar “no papo” era
a bitola, faltava mais de meia parte de jogo…e arriscando prolongamento que
tinha sido doloroso com tanta gente sem força para estar em pé.
O ambiente
estava fantástico, mas longe de ter visto um forte apoio das curvas encarnadas,
algo que já no Estoril senti…que se passa rapazes? Este ano ainda não atingimos
aquele nível que fora de portas costumamos dar.
Temperatura
ideal. Sem chuva, sem frio, sem vento. Acessos fáceis ao estádio.
E à chegada
ver algo pouco comum…assistir a um festejo enorme de Benfiquistas…ao golo dos
lagartos contra o clube da fruta… E eu que nem fazia ideia de que estavam a
jogar…quero lá saber, interessa-me é ganhar.
O estádio não
era mauzinho de todo e na verdade até fazia inveja a muitos que jogam na primeira
Liga nacional! Mas muito mais não se podia pedir tento em conta que metade da
malta estava a ser enfiada em bancadas amovíveis, estilo circense, em que os
espaços entre filas eram minúsculos, mas principalmente os corredores de acesso
(entrada e saída) eram inexistentes. Teria de ser criado um corredor à frente
da primeira fila de cadeiras para permitir a circulação e obviamente que não podia
haver apenas uma porta para aquela bancada toda! Tem de haver de ambos os
lados, caso contrário a confusão que se viu era mais do que previsível e
felizmente não houve grandes emergências (fora uns primeiros socorros
requeridos por ignorantes petardos lançados para zona bastante populada, com
famílias inteiras depois a querer sair daquela zona).
Fora isso, achei
ridículo, mas nem o facto de ter sido preciso circundar por completo o estádio
todo para quem tinha de entrar no Topo Sul me incomodou (fazendo praticamente
360º até ao ponto inicial), pois fomos calmamente a caminhar e a conversar até
à bancada e no final até deu para descomprimir.
O jogo
começou com o penalty mas rápido que me lembro de ver assinalado a nosso favor
logo no primeiro minuto de jogo, após o Ola John arrancar em velocidade e ser
agarrado na área. Jonas bateu bastante mal o castigo…mas o que interessa é que
o keeper atirou-se para o lado e a bola foi parar lá dentro! GOLO!
E logo de
seguida há novamente lance na área do Covilhã…com a equipa encarnada a reclamar
grande penalidade, mas isso já seria um abuso. Abuso, foi o que o Traquina fez
do Benito…uma, duas, três, quatro…tantas vezes que fomos perdendo a conta…envergonhou
o lateral esquerdo, dando mostras que o Silvio quando estiver recuperado,
facilmente será titular tendo em conta os problemas defensivos que ali temos
com estas opções. O empate chegou…e ainda antes do intervalo, num livre em que
o Guedes foi pouco inteligente e fez falta desnecessária, o César e o Cris
estão a fazer marcação atrás do adversário, dando-lhe todo o espaço para cabecear
para nos fazer abanar. Abana, mas não cai? Ou vamos ter de assistir a um verdadeiro
tomba-gigantes ao vivo nesta eliminatória?
Quando é dada
oportunidade aos menos utilizados, espera-se toda a motivação do mundo para
quererem agarrar o seu espaço, algo que contrasta com a falta de ritmo de jogo
e entrosamento com os colegas de equipa. Daí se espera que a qualidade que
obrigatoriamente têm de ter caso contrário não estavam no Clube, seja o
suficiente para sair por cima e não permitam que o adversário tenha mais
felicidade do que aquela que só por cima já têm de estar a jogar contra o Maior
de Portugal.
Infelicidade
teve o holandês que numa bola perdida pela linha de fundo e que ele tentou ir
buscar…acaba por se lesionar… Puxa, que azar… Houve quem gritasse na bancada
que Ola John nem para apanha-bolas serve… Recupera rápido, rapaz, que estavas
em crescendo de forma (até na seleção se viu isso) e eras o único extremo de
recurso que tínhamos.
Sim, que
tínhamos, pois Sulejmani ainda está fora das contas, e o Bebé (sim, voltei a
chamar-lhe de Bebé após este jogo)…minha nossa… Mas agora surgiu…Gonçalo
Guedes, que poderá aproveitar não ter concorrência pelo lugar para ter uma
ascensão mais rápida do que alguém podia imaginar (ultrapassando até o Hélder
Costa, que era quem se assumia na linha de sucessão para dar o salto da B para
os A).
Até ao apito
do descanso, tivemos 3 ou 4 boas oportunidades, mas parecia que ninguém lhe
apetecia esticar o pé para não rasgar algum músculo, e a bola passou a pingar
em frente da baliza por algumas vezes em que era só empurrar e ninguém lá
estava para marcar.
O apoio dos
locais à sua equipa era muito positivo e até mesmo os Benfiquistas da terra
aplaudiam a equipa da casa. Mas já chega de festa, ok?... Espero que esta noite
não seja a dos zbórdings…já se divertiram, agora é tempo de dar a volta ao
marcador e assim até fica toda a gente contente.
Será que a
equipa ia reagir? Chegava para dar conta do recado?
Depois de uma
ensaboadela que de certeza levaram ao intervalo (num estádio mais pequeno como
este ouve-se muito bem os gritos do JJ), o banho de humildade que parecia ter
ficado por tomar, foi resolvido com uma valente dose de qualidade reunida no
verdadeiro reforço desta época.
O boi do apito
já tinha perdoado uma expulsão (até o treinador da casa tratou logo de
substituir o jogador para evitar nova falta) e pegava por onde podia…apitava em
tudo o que era sopro ou espirro (e o rapazito à minha frente que dizia que queria ir ver o espetáculo da Violeta meteu-se a espirrar quando eu disse isto) que passava perto dos jogadores às riscas e que
os atirava ao chão, beneficiando de mais uns livres para o choveirinho, levando
bastante jogo para o nosso meio campo.
Tardou em
começarmos a carregar a sério.
A velocidade
do Bebé era completamente inconsequente, pois parecia um touro nas festas da
Moita a correr desenfreadamente sem saber bem para onde e a acabar sempre a
marrar nas tábuas. Domínios de bola parecia que tinha tijolos no peito e nos
pés, passes/cruzamentos ou remates era sempre estilo matraquilhos contra os
adversários ou para as nuvens… Ai que desespero, mas até já o vimos fazer
parecer que era um jogador de futebol com outras camisolas e agora só dá
nisto??
O Pizzi não atacava
a bola e não cumpria com missões defensivas e excedia-se com toques de vedeta
quando ainda não atingiu esse crédito. É bom jogador, tem tudo para ser útil,
mas precisa trabalhar muito mais para chegar ao nível desejado e ser mais
constante.
Derley
continuava no seu estilo batalhador e a segurar bem a bola, mas com um nível de
concretização abaixo do que precisamos dum goleador. Na melhor oportunidade que
teve nos pés acabou por não conseguir desfeitear o guarda-redes da casa.
Mas as
movimentações de Jonas que mesmo sem grandes correrias conseguia aparecer em
várias zonas do terreno, acabaram por deixar a marca na partida.
Cristante
tinha o papel fundamental. E felizmente que com o avançar do tempo começou a
ganhar mais confiança, a perder menos bolas, a ocupar mais terreno e a iniciar ele
próprio jogadas de ataque, ora a abrir nas alas, ora metendo no Pizzi ou mesmo
em bolas longas para os avançados.
Numa delas, a
bola foi teleguiada para o Jonas, que parece que fez “pause” enquanto a bola
via no ar, mediu onde ela ia cair, olhou para a baliza a escolher por onde a
meter, e quando ela lá pingou, de primeira fez o golo, num gesto técnico
perfeito! GOLOOO!!!!!
As bancadas
pressentiram que a equipa ia acordar e começaram a fazer a onda, quase se
esquecendo que estava longe de estar ganho um jogo contra equipa de escalão
inferior.
Mas o Jonas
voltou a fazer patifarias, e numa grande arrancada do Guedes, o miúdo flete
para o meio, deixa para o Pizzi que isola o Jonas na área….GOLOOOOOOOOO!!!!!!!!
GOOOOOLOOOOOOOOOOOOOOOO!!!!!!!!
Ainda
faltavam 20 minutos, e inexplicavelmente, em vez de segurarmos a bola,
encostámo-nos lá atrás, perdemos a bola várias vezes, e oferecemos cantos e
livres sucessivos…
Não consigo
compreender como não houve uma única vez que lançassem a bola em profundidade
para a velocidade do Nélson Oliveira (rendeu Derley)! Não consigo perceber como
raio é que ninguém teve inteligência para aproveitar a entrada do avançado que
com uma bola metida na frente papava facilmente a defesa contrária com os
espaços que iam aparecendo. Então não foi para isso que ele entrou?!!?
Jonas estava
nas lonas, naturalmente. Pizzi arrastava-se. Bebé era um a menos e se lhe
pusessem a mão na boca, rebentava, e com isso sofria lá atrás o Benito. Era à
distrital, balão para a frente.
Já nos
descontos, após o teatro da substituição final, foi pena o Guedes não ter
conseguido meter a bola no fundo das redes.
Bebé foi o
único que foi à bancada entregar a camisola…provavelmente porque a jogar assim
pensou que não iria precisar de a voltar a vestir?... Esperemos que não demore
muito a merecer ser chamado de Tiago.
Tudo está bem, quando acaba bem! Fica a vitória na terra da Lena! Assim podemos vir cá mais vezes! :)
Meia dúzia de
castanhas quentes e boas, foi o combustível necessário para regressar a casa!
Para quando é o sorteio? Queremos mais, apesar do meu cardiologista e da
senhora que estava à minha frente me ter recomendado deixar-me destas andanças
pois claramente não vou viver muitos mais anos a sofrer assim! :)
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