quarta-feira, 24 de outubro de 2018

Consegui dormir

É confrangedor ver como a mediocridade do Sport Lisboa e Benfica na UEFA se tornou genericamente aceitável. É confrangedor como vamos à Holanda jogar para o pontinho contra um adversário forte mas acessível e achamos que a derrota foi mera infelicidade. E há quem ainda insulte quem se aflija com este nível que não responde nem ao que somos obrigados nem tão pouco à qualidade do plantel que temos!

A melhor forma que eu consigo de espelhar como cada vez isto parece ser uma banalidade...é que eu digo com muita vergonha na cara, mas digo frontalmente...eu hoje consegui adormecer relativamente rápido e os únicos momentos em que me deixava perturbado era saber que a Turma do Serra tinha ido a Amesterdão e não merecia este resultado. 

O Coluna Vermelha explica com outros números:
Só se troca de treinador numa situação extrema. As estatísticas dizem que muito poucas vezes uma equipa consegue melhorar a posição onde está. E quando se trata de uma equipa que luta pelo Campeonato as estatísticas dizem que são raríssimas as vezes que a equipa consegue ser Campeã mesmo trocando de treinador a meio da época. Posto isto, o Benfica e Luís Filipe Vieira levam isto ao extremo. A última vez que o Benfica teve mais do que um treinador numa época foi há mais de 10 anos atrás. Logo, não vale a pena pedir a cabeça de Rui Vitória, porque a sair, só irá acontecer em Maio (eu por acaso penso que isso é muito provável de acontecer se ficarmos fora da Europa em Dezembro...mas já agora que isso não aconteça).
Mas vale a pena perceber que o modelo de Rui Vitória está completamente esgotado no Benfica. Quando o homem entrou, o Benfica estava em 6º no Ranking da UEFA. Hoje estamos em 21º e a caminhar para baixar mais uns quantos lugares. Alguns até podem dizer que os pontos que ganhámos foram essencialmente na Liga Europa. Mas nos últimos 10 jogos da Champions League, tivemos 9 derrotas. E foi uma derrota com o Ajax, duas com o Basileia, duas com o CSKA. Ou seja, não são propriamente equipas da Champions.
Para Rui Vitória há sempre uma desculpa:
- Foi uma crueldade (Ajax, 1-0)
- Fizemos mais remates que as 3 equipas antes todas juntas (Bayern, 0-2)
- Era uma equipa muito forte. Os orçamentos pesam (Dortmund, 4-0)
- A expulsão complicou o nosso jogo (Basileia, 5-0)
- O árbitro devia ter assinalado dois penalties (CSKA, 1-2)
- O guarda-redes teve azar na jogada do golo adversário (United, 0-1)
- É um campo muito difícil (United, 2-0)
- Não tivemos a felicidade do jogo (Basileia, 0-2)
- É difícil jogar com este frio (CSKA, 2-0)
Nunca perdemos porque jogámos mal. Temos 23 golos sofridos e 4 marcados nos últimos 10 jogos da Champions, mas perdemos sempre por factores externos e nada podia ter sido feito. Tornou-se banal para os adeptos do Benfica perder na Champions League. A maioria de nós já só come o resultado e aceita qualquer desculpa. É algo normal. Algo que já faz parte do quotidiano. Algo que deve deixar Mário Coluna e Eusébio aos saltos na campa, mas o que é que isso importa. É azar. É uma crueldade. Foi o frio. Os orçamentos pesam.
Querer que Rui Vitória saia do Benfica é tudo menos estar contra o Benfica. É querer o bem do clube. É importante que isto seja um ponto assente entre todos os adeptos. Podemos e devemos defender o nosso clube dos ataques mesquinhos que os rivais fazem. Mas não temos que ser nenhuns cegos. Já todos nos fartámos do futebolinho que Rui Vitória nos dá todas as semanas. O homem não deve sair até Maio. Estatisticamente era condenar a época do Benfica ainda mais ao fracasso. Mas pelo menos acrescentem alguém que perceba de bola naquela equipa técnica. Isto já roça o ridículo. Nós não fizemos mal a ninguém.

3 comentários:

  1. Confrangedores são sim estes relambórios que eu vejo transversalmente na net.

    Para ti, que te destrambelhas por dá cá aquela palha, só vou contar-te este episódio que por acaso teve como protagonistas o Benfica e o Ajax.

    O Grande Benfica, o Benfica de 60, algo de sobrenatural que não é nem nunca será inteligível para os teus neurónios, teve para a TCCE uma eliminatória com o Ajax, salvo erro, na época de 1968/69. O primeiro jogo foi em Amesterdão com o campo coberto de neve e o resultado foi de 3-1 a nosso favor. O Benfica com todas as suas estrelas e o Ajax com aquelas que viriam a destacar-se na década de 70 - 3 títulos de Campeões Europeus - e onde despontava um génio chamado Cruyff. Os holandeses vieram à Luz e ganharam pelo mesmo score, 3-1. Desempate em Paris e 3-0 para o Ajax com uma exibição soberba de Johan Cruyff.
    Perante este acidente houve mosquitos por cordas, mas não morreu ninguém, houve já nesse tempo a farfalha costumeira, mas o Benfica continuou. Continuou e continua. Até hoje e até sempre. Ganhando ou não ganhando.
    Agora dramas?
    Não!
    Hás-de lá chegar. Mas quando chegares lembra-te disto.
    Treinadores?
    Ui! É aos magotes! Os de bancada, os televisivos que descareegam as suas frustrações nestes momentos e os de café.
    Blá, blá, blá, blá...
    E também te quero fazer uma referência final.
    Todos aqueles que têm tido uma atitude crítica constante em que o saneamento de Rui Vitória é a resolução de todos os males que este mundo tem, será absolutamente recomendável que consultem um especialista no tratamento da ejaculação precoce.
    Se porventura o RV tiver que sair, sairá pelo próprio pé.

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    1. como e possivel um benfiquista defender este rui derota dass,,,,,e

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  2. Os jornalistas estrangeiros devem ter visto outro jogo.

    Na "Marca", com o título “Ajax vence duelo de canteras”, considerando que estiveram frente a frente “duas das mais profícuas academias do Velho Continente" e apontar Gedson como o “jogador que mais perigo criou”, principalmente devido à sua “mobilidade” e “incursões pela direita que colocaram a cabeça do Ajax em água”.
    Ficou sempre a ideia de que o Benfica poderia chegar ao golo a qualquer momento, nomeadamente pelas “rapidíssimas alas”.

    O vizinho "As", seguiu na mesma toada: elogios a Gedson e registo da ousadia de se apostar na juventude. Assistiu-se a “uma partida frenética no Johan Cruijff Arena”, muito devido a dois treinadores que tiveram a coragem de apostar “em jogadores jovens para o onze inicial”.

    Destaca ainda a exibição de Gedson. “Incansável, o médio-centro português fluiu no último terço”, elogiou.

    Na Catalunha, o "Sport" reconheceu que o Benfica saiu “a zeros de um jogo em que teve mais oportunidades de golo do que os de Amesterdão”, principalmente através das sempre venenosas saídas em transição.

    O "L’Équipe" teceu rasgados elogios a Odysseas. “O guarda-redes alemão Odysseas Vlachodimos esteve brilhante. Só não conseguiu parar o remate de Mazraoui”, realçou.

    O diário "La Gazzetta dello Sport" seguiu pelo mesmo diapasão, “Onana parou os remates de Rafa e Seferovic”, escreveu, acrescentando de seguida: “Odysseas parou duas vezes Van de Beek.”

    O "De Telegraaf", o maior diário dos Países Baixos, “Rafa Silva colocou Onana em sentido e obrigou o guarda-redes a grandes intervenções.”, salientou a intensidade da primeira parte, com oportunidades para os dois emblemas. “As equipas foram para o descanso empatadas a zero, mas o resultado até poderia ser 2-2”, lembrou.

    Estes estrangeiros sem agendas próprias devem ter visto outro jogo.

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