Mais um a correr bocas!

A descida do Pai Natal, neste caso, a dobrar, desde os topos das coberturas do Estádio até ao centro do relvado, é mais uma iniciativa de intervalo que o marketing de parceiros do Benfica faz correr o nome do clube pelas bocas do mundo.

Vá lá que não foi só o velhote de barbas a dobrar que chegou após o intervalo, mas também dois golos que valeram a vitória!

Felizmente o que importa é mesmo o resultado...e termos visto um Jonas de raça a puxar pela equipa e a assumir voz de comando até nos festejos...pois a exibição foi novamente deprimente...e chegou a ser constrangedor alguns momentos em que os jogadores não sabiam o que fazer à bola e sentiam claramente que a Luz lhes estava a cair em cima enquanto o treinador passava o tempo a gesticular sozinho no ar e cada vez que pega naquela garrafa de água já começa a irritar aquela parvoeira...

3 grandes penalidades por assinalar...não ajudaram...e podiam ter sido desculpa para pontos perdidos.
Felizmente, e agora mais do que nunca é tempo de reclamar para acabar com esta bandalheira...pois ganhando...e sendo escandalosamente surripiados é quando temos mesmo de meter travão nisso...
É que se a jogar mal nos prejudicam...assim ainda é mais complicado.

Esperança, sempre temos um restinho...e o pai natal até nos deu alguma...mas olhamos para o relvado e acordamos...porque eles não acordam...

Samaris voltou a trocar com Fejsa no meio, de resto, tudo na mesma. Jogámos contra o 5º classificado do campeonato e entrámos fortes. Em meia dúzia de minutos podíamos ter metido 2 ou 3, mas por duas vezes o Guedes demorou a executar quando tinha o avançado em boa posição para receber e rematar...parou para pensar e perdeu a linha de passe. Depois também o Pizzi não conseguiu assistir de primeira o grego e falhou o passe. Mitroglou depois desapareceu. Teve essas duas oportunidades em que se movimentou bem para receber e marcar, mas a bola não chegou lá.

Mas pelo meio, uma boa jogada mete o Jonas na cara do keeper...que defende o remate. A bola sobra para o Guedes que toca para o lado e aí sim, o pistolas teve calma para escolher para onde meter a bola sem hipóteses de defesa! Golo!

Quando parecia que a tarde ia ser calma, um par de faltas lá atrás baralhou o esquema e a cabeça dos jogadores...primeiro Samaris vê amarelo num lance descabido e desnecessário e depois é assinalado livre frontal à nossa área. A barreira estava mal posicionada...e o Julio foi "empurrado" para longe do poste esquerdo porque permitiram que jogadores do Rio Ave fizessem o que queriam na barreira. Gritei que estava tudo a dormir e a barreira assim não podia ser deixada...comentaram que estivesse descansado que estava lá o Júlio César... Depois, bem metida, encostada ao poste...já lá não chegou.

O nosso jogo tem um cérebro! Chama-se André Almeida.
Sim, e isso se calhar é capaz de ser um problema, certo?
O facto do nosso futebol parece que tem de passar sempre pelos pés do André Almeida...é capaz de querer dizer qualquer coisa...
Roda, roda, volta, troca...passa para a direita...resolve Almeida...e começa tudo outra vez...

Pela esquerda, o ataque era...pára, volta para trás, mete no meio...e procura pelo cérebro que há-de decidir o que fazer à bola...André Almeida...que só por parecer um jogador de futebol comparado com o Eliseu...não quer dizer que tenha de ser ali que a bola vai sempre parar. Por falar em Eliseu, se ele tem mesmo de estar em campo, não deveria ser obrigatório ele fazer a única coisa que tem minimamente jeito...ou seja, rematar de longe??!

Depois vemos a capacidade ou incapacidade de decidir o que fazer à bola. Se lateraliza...se sobe...se pica para as costas da defesa quando algum ala tenta a diagonal...se tabela ou assiste quando surge a 10 metros da área ou se assustam com o "bruaaaa" da bancada e vai de rematar à Pai Natal...ou seja, a distribuir para a bancada...

Por fim, a criatividade. O medo de falhar, de errar, de perder a bola é de tal ordem que se aparece alguém pela frente...há que parar, e voltar a passar para trás... Sem Gaitan, ninguém arrisca o 1 para 1...quer dizer, ninguém não...houve dois que tentaram...o central Lisandro...e claro, o cérebro, André Almeida.

É por isso que não entendo (e não é nada contra os miúdos) porque o Carcela não tem mais tempo de jogo. É o único capaz de se aproximar do que o Nico faz. Sim, falta-lhe mentalidade, vontade, atitude e acima de tudo provavelmente profissionalismo e empenho nos treinos...mas se calhar ser sempre relegado para o banco também não ajuda quando é o único capaz de arriscar o drible para criar superioridade numérica no ataque.

Carcela entrou para o lugar de Guedes. Já Samaris tinha ficado no balneário, e bem, ao intervalo, pois fez um péssimo jogo e estava-se a habilitar a ir para a rua. E Raúl rendeu o apagado Mitro, sempre sem mudar esquema de jogo.

Ontem Jonas esteve ao nível do Jonas. Com fulgor físico, com raça, com autoridade. E acima de tudo, com golos. Na segunda parte tentou o remate de pé esquerdo em arco. Depois, resolveu. Carcela pára a bola que fugia da área, levanta a cabeça e vê Jardel e Jonas na área para uma segunda investida do lance que parecia perdido...cruzamento para o pistolas, cabeça...e GOLO!!!

Depois o pistolas desmarcou Jimenez que isolado disparou para o 3-1! GOLOOO!!!

E ainda voltou a meter a bola no fundo das redes mas só quem estava distraído festejou, pois ainda a bola estava a passar o meio campo e já a bandeirola do fiscal de linha estava levantada.

Nas letras pequenas ficaram mais 3 grandes penalidades por assinalar, uma sobre Pizzi que é empurrado ao rematar, duas por evidentes bolas cortadas com o braço dentro da área...
E de repente, uma exibição fraca...e longe de, como se exigiu nas bancadas, ser um futebol à Benfica...até podia ter sido goleada de cabaz cheio...3 golos...mais 3 penalties...e um golaço que foi devolvido pela trave!

Conscientes do que temos e do que precisamos e nos falta.
Foram 3 pontos. Mas